sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

JLPT 4 - 2007 - E aí?


Atendendo a pedidos, vou falar aqui da prova de proficiência japonesa que fiz no fim-de-semana passado...

O local da prova

Fiz a prova na Escola Modelo de Língua Japonesa, aqui em Brasília. Tinha salas reservadas para as provas dos vários níveis (de 1 a 4). Fiz a prova 4, a mais fácil. Para ela, tinha um auditório reservado na escola.

Minha única preocupação com o local da prova era se a acústica seria boa o suficiente para escutar direito a prova de compreensão auditiva. Os lugares são marcados conforme o número de inscrição, então ninguém escolhe onde sentar. Eu sentei no fundo à direita, no canto oposto ao micro system onde tocaram o CD com a prova. Não tive problemas para escutar, só para entender.

Os candidatos

Do pessoal que foi fazer a prova, boa parte era gaijin (não japonês), e todos tinham cara de estudante universitário. Essa galera me fez lembrar da época em que eu estava na faculdade e fazia qualquer coisa para ganhar créditos e acelerar o fim da graduação. Eu fiz o FCE, outros fizeram o TOEFL, essa galera fez o JLPT.

Tinha também umas famílias de japoneses, achei engraçado. Mãe, tia, filha e prima. Ou pelo menos pareciam...

Encontrei também o primo de uma ex-namorada. Não imaginei que fosse encontrar ninguém conhecido, mas Brasília é um ovo, tinha que acontecer.

A prova

A prova é dividida em três partes: Vocabulário, Audição e Gramática.
A parte de vocabulário eu achei razoavelmente tranquila. Eu sabia de cor os kanjis quase todos. Fui fazendo a prova numa boa, tranquilo, e quando vi, a examinadora estava avisando que só faltavam 5 minutos e eu ainda tinha umas 10 questões para responder. Foi aí que comecei a achar a prova difícil.

Saímos para o pátio, em silêncio, e tivemos 15 minutos para ficar no sol, esperando a próxima prova. Pausa para banheiro, conversas e esticar as pernas.

Então veio a prova de compreensão auditiva. Primeiro vem um teste de som. Vários japoneses dizendo a mesma frase que eu, lógico, não entendi. A professora perguntou se alguém não estava escutando. Todos os fonemas estavam muito claros, então não me pronunciei.

Eu já sabia como era a prova de audição. Uma parte com figuras para ilustrar as questões e outra sem. Na parte com figuras, não entendi que vestido a moça queria comprar, confundi yokka (dia 4) com yooka (dia 8) na hora de olhar o calendário e não prestei atenção se a casa da mulher era antes ou depois da ponte, eu só sabia que era na frente do parque. Infelizmente, tinha dois parques no mapa.

A parte sem figuras foi pior. Em uma das questões, a narração era longuíssima e a examinadora aproveitou justo esse momento para dar instruções à sua assistente. Em japonês! Eu ia chutar essa questão de qualquer jeito, mas coloco a culpa nela por errar.

A última parte eu acho que foi razoavelmente mais tranquila, mas eu já estava meio estressado por ter passado dois intervalos no sol escaldante e por ter errado tantas questões que eu achava que deveria saber.

Achei muito interessante as questões de interpretação de texto. Suzuki perdeu seu guarda-chuva na estação de metrô. Onde ele subiu e onde ele desceu? Um pessoal do trabalho foi escalar uma montanha no fim-de-semana. Quanto tempo levaram? O que acharam da experiência? Parecia japonês de verdade, achei legal.

Impressão geral

No geral, acho que foi uma experiência muito boa.

Eu achava que a prova seria muito mais fácil. Achei que se eu aprendesse algum japonês, estaria tranquilo. Aprendi muito japonês esse ano, mas não estudei o suficiente para a prova. Me formei na faculdade em 2002 e nunca mais fiz prova de nada desde então. Eu não sabia mais como era isso. Esqueci como se estuda.

Onde eu poderia ter me empenhado mais? Eu deveria ter estudado os contadores. Especialmente os dias do mês. Me embanenei duas vezes durante a prova de áudio. Até eu me tocar que itsuka e futsuka eram dias do mês, já tinha perdido o que foi dito depois.

Deveria também ter feito mais simulados. Divulguei aqui a dica do Mairo para baixar provas passadas, peguei algumas, mas só estudei pela de 2006, que eu tinha comprado. Se eu tivesse me tocado que 25 min para responder 40 questões era tão rápido, tinha estudado diferente.

Acho também que eu deveria ter estudado mais gramática. O Mairo e o Júlio Pereira bateram boca nos comentários de um post do Mairo sobre o estudo de gramática. Eu até concordo com o Mairo que dá aprender gramática por osmose, mas se você quiser fazer prova ou usar a língua profissionalmente como o Júlio, é bom você estudar.

Eu acho bem possível que eu tenha bombado. Fazendo a prova de 2006 em casa com calma, acertei 75%. A nota para passar tem sido 60%, mas a comissão examinadora pode decidir mudar. Se eu tiver ido melhor do que imagino, passo raspando. Então, acho que ano que vem estarei lá novamente para a prova do nível 4.

Se eu estiver errado e tiver passado, deixo para pensar em setembro se me inscrevo ou não para o nível 3.

Se vocês tiverem experiências com essa prova, mandem no comentário. Especialmente se alguém já teve certeza que bombou e acabou recebendo depois uma cartinha de aprovação! Quem sabe acontece comigo?

Obrigado pela visita!

4 comentários:

mairovster disse...

Eu acho que rodei no 2kyuu, mas ano que vem tem de novo xD

Anônimo disse...

Eu me lembro como se fosse hoje.. eu sabia que não tinha nenhuma condição de passar, mesmo sendo nível 4, mas achei que era legal fazer só para participar da experiência.. foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.. o lance do tempo por exemplo, só quem faz a prova é que entende como o tempo parece escapar pelos dedos.. não saei se é poruqe estamosa acostumados aqui no ocidente com provas com bastante tempo para fazê-las, mas te digo só fazendo a prova para entender. No ano que vem pretendo fazer o nível 4 de novo, só que com mais conhecimento.

Luiz disse...

Eu também acho que rodei no 2kyuu.

Anônimo disse...

Claro que todos eram gaijin, se n é japones é gaijin.
Pra quem é nikei e se acha "o japones", vem morar aqui no Japão pra ver.
Nikei pra japones é gaijin como qualquer outro de qualquer outra descendencia.